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2025 Estampa Vichy de volta à moda

A moda está sempre se inovando, mas algumas tendências parecem nunca sair de cena e sempre retornam uma hora, ou outra. Um exemplo disso é a estampa Vichy. Com seu padrão xadrez de listras sempre iguais, a Vichy transita entre o clássico e o contemporâneo, conquistando espaço em looks variados. No verão 2025 ela está chegando em vestidos leves, batas e acessórios.

O que é a Estampa Vichy?

A estampa Vichy é facilmente reconhecida por seu padrão quadriculado, formado pela combinação de uma cor sólida em fundo branco. A mais conhecida remete a itens da cozinha, como toalhas de mesa e panos de prato, estando na nossa memória como aquela cena de um piquenique no parque, ou da cozinha de vó.

No entanto a estampa já esteve em figurinos de cinema, como no filme O Mágico de Oz, de 1939, onde Dorothy usa um vestido Vichy azul claro.

Originária da região de Vichy, na França, essa padronagem ganhou fama nos anos 1950, especialmente após ser popularizada por ícones de estilo como a atriz Brigitte Bardot, que chegou a usá-la em seu vestido de casamento.

Brigitte também usou essa estampa em outros filmes, como em “Quer dançar comigo?” (1959).

A versatilidade é uma das principais razões para a permanência da estampa Vichy. Ela pode ser adaptada a diferentes estilos e ocasiões, desde um look casual até uma composição elegante. Por exemplo:

Casual e Despojado: Combine uma camisa Vichy com jeans e tênis para um visual prático e moderno.

Romântico: Vestidos Vichy com detalhes em babados ou laços são perfeitos para um look jovem e delicado.

Chique: Use saias ou blazers com a estampa em cores neutras para um toque de sofisticação.

Para criar novidade usando essa estampa clássica também vale apostar em:

Mistura de Padrões: Combine a Vichy com outras estampas, como listras ou florais, para criar um visual arrojado.

Acessórios: Se você prefere um toque mais discreto, opte por usar apenas bolsas, lenços ou sapatos com a padronagem.

Cores Vibrantes: Embora os tons clássicos sejam atemporais, explore a Vichy em cores vibrantes para um toque de modernidade.

Outros nomes dados a estampa Vichy são Guingão ou Ginghan. Esses nomes se referem principalmente ao tipo de tecelagem plana, onde a trama e o urdume formam quadrados regulares, nas formas originais de produção, que remontam o Séc. XVII na Inglaterra.  Já o nome Vichy se origina da região francesa onde a estampa, mais tarde se tornou moda.

Mais do que uma simples estampa, a Vichy representa uma combinação perfeita entre tradição e inovação. Seja em um vestido de verão ou em uma camisa elegante, ela sempre encontrará um espaço especial nos guarda-roupas.

Padrões e História com Erick Schrega

Olá, amantes do Design de Superfície,

Nesse post vou mostrar o lindo trabalho do Erick Schrega Design

O Erick é um artista que transforma o couro e a tecelagem em verdadeiras obras de arte. Cada peça que ele cria: bolsas, pulseiras e outros produtos é resultado de um trabalho meticuloso e apaixonado, onde ele mesmo tece as fitas que utiliza como alças. O diferencial de Erick é sua contínua dedicação à pesquisa histórica, que o inspira a remeter a projetos de diversos povos e épocas, trazendo um toque cultural e autêntico às suas criações. Além disso, ele é o responsável pela confecção de botões feitos com ossos e pela produção do seu próprio tear, o que torna seu trabalho ainda mais singular e artesanal.

Cada fita tecida tem um padrão que conta a história de um povo, de um fato, costume ou tempo.  A faixa que escolhi para a minha bolsa, na figura abaixo, é baseada em um artefato encontrado em Antinoópolis, no Egito. Datada do século VI, época do domínio romano sobre o Egito, ela foi usada como barra de uma veste mortuária, encontrada na tumba de uma família nobre da cidade.

No vídeo e texto abaixo o Erick me explica como funciona a técnica de tecer esses padrões:

 Acesse e veja mais produtos com muito estilo e qualidade no Instagram do artista @esd.design

Estampas Paisley

A história das estampas paisley é rica e fascinante, abrangendo séculos e culturas diversas ao redor do mundo. Esses padrões intricados, caracterizados por formas curvilíneas que se assemelham a gotas ou folhas estilizadas, têm suas raízes profundamente entrelaçadas com a arte e a tradição têxtil de várias regiões, principalmente da Ásia.

Origens na Ásia

O nome “paisley” deriva do termo “pashmina”, referindo-se à lã macia e fina proveniente de cabras da região de Caxemira, na Índia e no Paquistão. Os primeiros vestígios dos padrões paisley remontam à antiga Pérsia (atual Irã), onde o motivo era conhecido como “boteh” ou “buta”. Inicialmente, esses padrões representavam um cipreste ou um coqueiro, símbolos de vida e fertilidade na cultura persa.

Durante os séculos XVI e XVII, o comércio entre a Pérsia e a Índia trouxe o padrão paisley para a região de Caxemira, onde se tornou uma parte integral da tradição têxtil local. Os tecelões de Caxemira adaptaram e refinaram o padrão, incorporando-o em xales e tecidos de lã pashmina, que eram altamente valorizados na Europa e na Ásia Central.

Popularização na Europa

A introdução dos tecidos estampados paisley na Europa ocorreu durante o século XVIII, através do comércio crescente entre a Companhia das Índias Orientais e os mercadores europeus. Inicialmente, esses tecidos eram importados para a Inglaterra e a França, onde logo se tornaram um símbolo de status e luxo.

No século XIX, durante a era vitoriana, os padrões paisley se popularizaram ainda mais na moda europeia. A Rainha Vitória e outros membros da alta sociedade adotaram esses padrões em xales, vestidos e acessórios, impulsionando sua demanda e produção em larga escala nas fábricas têxteis britânicas.

Renascimento nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, os padrões paisley ganharam popularidade significativa durante o movimento hippie dos anos 1960 e 1970. Associados à contracultura e à liberdade de expressão, os padrões paisley eram comumente encontrados em roupas, lenços e decoração, refletindo um renascimento moderno dessa estética histórica.

Influência Contemporânea

Atualmente, os padrões paisley continuam a ser uma parte vibrante do design têxtil global. Eles são reinterpretados por designers de moda contemporâneos, adaptando-se às tendências atuais enquanto preservam sua rica herança cultural. A versatilidade dos padrões paisley é evidente em uma variedade de produtos, desde roupas e acessórios até decoração de interiores e arte.

Conclusão

A história das estampas paisley é um testemunho da capacidade humana de criar beleza duradoura. Originando-se nas antigas tradições persas, esses padrões viajaram pelo comércio global, deixando um impacto indelével na moda e no design ao longo dos séculos. Hoje, os padrões paisley continuam a evoluir, mantendo-se como um testemunho visual da interconexão cultural e da beleza artística que transcende fronteiras geográficas e temporais.

Estampa Aplicada vs. Estampa Corrida: Entenda as Diferenças

No mundo da moda e da confecção têxtil, as estampas são elementos chave que dão vida às peças e as diferenciam no mercado. Mas, qual a diferença entre uma estampa aplicada e uma estampa corrida?

Neste post, vamos te ajudar a entender as características e aplicações de cada tipo, para que você possa escolher a opção ideal para seus projetos!

O que é uma estampa aplicada?

A estampa aplicada, também conhecida como estampa localizada, é aquela que cobre apenas uma parte específica da peça de roupa. Ela pode ser aplicada em diversos pontos, como bolsos, mangas, golas, costas ou frente da peça, criando detalhes e efeitos visuais únicos.

Técnicas de aplicação:

  • Serigrafia: Uma técnica tradicional que utiliza telas e tintas para transferir a estampa para o tecido.
  • Transfer: Ideal para imagens fotográficas ou com muitos detalhes, utilizando papel transfer e prensa térmica.
  • Bordado: Uma técnica artesanal que utiliza linhas e agulhas para criar desenhos e logotipos.
  • Apliques: Envolve a aplicação de outros materiais, como renda, paetês ou tecido diferente, sobre a peça.

O que é uma estampa corrida?

Já a estampa corrida, também conhecida como estampa rotativa, cobre toda a extensão do tecido em sua largura total. Ela é geralmente utilizada em peças como camisetas, vestidos, calças e uniformes, criando um efeito uniforme e impactante.

Técnicas de aplicação:

  • Estampa rotativa em quadro: Utiliza telas serigráficas fixadas em quadros que giram sobre o tecido.
  • Estampa rotativa em cilindro: Utiliza cilindros gravados com o desenho da estampa que giram sobre o tecido.
  • Estampa digital: Imprime a estampa diretamente no tecido através de um jato de tinta.

Em resumo:

CaracterísticaEstampa AplicadaEstampa Corrida
CoberturaUma parte específica da peçaToda a extensão do tecido
TécnicasSerigrafia, transfer, bordado, apliquesRotativa em quadro, rotativa em cilindro, digital
VantagensVersatilidade, exclusividade, destaqueEconomia, efeito uniforme, variedade de designs
DesvantagensCusto, limitações de tamanho e complexidadeMenor versatilidade, limitações no design

Qual tipo de estampa escolher?

A escolha entre a estampa aplicada e a estampa corrida depende de diversos fatores, como o tipo de peça, o design desejado, a quantidade a ser produzida e o orçamento disponível.

  • Para peças que exigem destaque em pontos específicos ou que precisam de estampas personalizadas, a estampa aplicada é a melhor opção.
  • Já para peças que precisam de um efeito uniforme e impactante em toda a extensão do tecido, a estampa corrida é a escolha ideal.

Lembre-se: É importante avaliar as características e vantagens de cada tipo de estampa para tomar a decisão mais adequada para o seu projeto.

Dicas extras:

  • Consulte um profissional especializado em estamparia para te auxiliar na escolha da técnica e do tipo de estampa mais adequados para suas necessidades.
  • Experimente diferentes técnicas e materiais para criar estampas únicas e originais.
  • Aposte na criatividade e explore as infinitas possibilidades do mundo das estampas!

Os cartemas de Aloísio Magalhães

Aloísio Magalhães foi um designer brasileiro nascido em 05 de Novembro de 1927. Em 1998, em homenagem a ele, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou um decreto instituindo a data como Dia do Design Brasileiro. Embora tenha tido formação acadêmica em Direito, Aloísio se tornou mais importante por sua obra em Artes Plásticas e Design Gráfico. Ele foi responsável pelo desenho de muitos dos logotipos que conhecemos; desenho de notas do dinheiro brasileiro e também pela participação na fundação da primeira escola de nível superior de design do país, a ESDI, em 1963.

Aqui, como nosso interesse principal é design de superfície e o estudo de padronagens, vamos falar dos Cartemas de Aloísio.

Os Cartemas foram uma série de trabalhos de colagens de recortes de cartões postais sobre uma prancha, dispostos com uma lógica de repetição, exatamente como procedemos na execução de padronagens para qualquer finalidade. O nome Cartema, foi sugerido pelo filólogo Antônio Houaiss durante uma conversa com o próprio Aloísio, por volta de 1971, quando estes trabalhos seriam apresentados numa exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Cartemas de Aloísio Magalhães
Cartema de Aloísio Magalhães

As técnicas de repetição de um módulo, que hoje fazemos com facilidade por meio de softwares, nos Cartemas eram feitas manualmente por meio de recorte e colagem. O importante é observarmos como as formas se transformam em novos desenhos quando são justapostas, refletidas, alternadas, etc. podendo gerar infinitas composições interessantes. Esses efeitos foram explorados com sabedoria pelo artista.

Os Cartemas de Aloísio podiam ser julgados como simples colagens, mas pelo fato de usarem cartões postais bastante conhecidos na época (… e era moda fazer coleção de postais!), acabavam gerando interesse pois, indo além da beleza da composição visual, também estabeleciam um vínculo de comunicação com o observador que tentava decifrar de qual postal saíra o fragmento que compunha a obra.

Referências:

Aloísio Magalhães

http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=cartema

Fonte: ALT, João Carlos de Morais. Cartemas de Aloísio Magalhães. p.113. Disponível em: https://www.slideshare.net/designjohnson/cartemas Acesso em 19/02/2023

A Arte Têxtil de Anni Albers

A arte têxtil de Anni Albers

Anni Albers foi uma artista nascida na Alemanha que se dedicou principalmente à arte têxtil. Ela iniciou seus estudos na Escola Bauhaus, onde conheceu o mestre Josef Albers, com quem se casou em 1925.

Josef Albers, pintor e professor, dedicou parte da sua vida aos estudos sobre a percepção cromática, dando ênfase na relação entre as cores. Seus experimentos para estudar e ensinar cor, deram origem ao livro A Interação da Cor (Albers, Josef. A Interação da Cor. São Paulo: Martins Fontes, 2009) Sua obra mais conhecida é a série “Homenagem ao Quadrado”.

Entre as décadas de 1930 e 1940, o casal residiu no México e várias vezes estiveram em viagem por toda a América Latina de onde Anni conseguiu grande parte da inspiração para seus trabalhos, ao estudar com profundidade a arte têxtil dos povos locais. O trabalho desses artistas pode ser visto no site: https://albersfoundation.org/

Azulejos, cobogós e outras formas

Renata Paes, designer da cidade de Olinda, inspira nosso olhar com o registro de azulejos, gradis e cobogós espalhados pela cidade.

Veja outras imagens no post do site Arch Daily  em: Cobogós e Azulejos

Imagem de Thiago Duarte publicada no Arch Daily em 05/12/2018 em texto de Cecilia Garcia

 

Papéis Marmorizados

Difícil não se encantar com os papéis marmorizados artesanais. A técnica é antiga, feita com água e tinta a base de óleo. Ainda hoje existem ateliês que se dedicam a fazê-los caprichosamente. No You Tube existem vários vídeos mostrando os artistas trabalhando. Como tudo, atualmente já temos diferentes filtros em programas de desenho que simulam o efeito produzido pela técnica original, sem que você precise sujar suas mãos. Mas claro que nada se iguala ao prazer de ver a tinta se espalhando na bandeja d’água e, depois, o desenho gerado no papel. Veja neste link aqui: https://www.youtube.com/watch?v=NOy8X7MR0iI